30 setembro 2007
Syd Barrett
Trata-se de um acto de magia; as canções de syd barrett: quem as ama? No entanto são algo de assustadoramente legítimo: uma regressão a um estado de menor controlo final, de deixar afirmar a imperfeição. Syd Barrett pertence a uma galáxia de estrelas imperfeitas, onde cabe também Daniel Johnston. Já Tom Waits é imperfeito por lapidação, sentir-se-ia incomodado por estar rodeado de reais weirdos. Syd faz canções porque alguém lhe disse que devia. E apeteceu-lhe. Depois já não lhe apetecia e calou-se. Fez aquelas porque saíram. Se fosse noutra altura teria feito outras, igualmente sem respeito pelas canções. Sente-se a falta do entorno, da produção dos Pink Floyd. Mas é tudo tão legítimo que apetece perguntar: com que direito ouvimos isto? Não deveria ser uma cassete privada, que nunca chegou a sair das mãos do seu criador?
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