16 janeiro 2011

John Grant - Queen of Denmark

Este é um dos que só em 2011 comecei a apreciar. Devagarinho. De início li umas linhas comparando John Grant aos Midlake, apontando-o como sucessor do soft rock com laivos de 70 e achei que a comparação não era tão directa. Poderia ser apenas uma questão de editora - a Bella Union, uma daquelas que vale a pena seguir. Mas olhando com atenção, faz sentido. A voz é mais madura, mas igualmente quente. Os temas, mais envoltos num teclado analógico (Fender Rhodes?), têm o mesmo som orgânico. A flauta também aparece. Espera aí: afinal são os Midlake a tocar! Palhaços! Vão fazer um disco, vão! Deixem-se de tocar para outros.

Olhando com cuidado, a composição é mais orientada a canções, boas, do que a temas que entram na metafísica sonora. Prefiro, por isso, os Midlake, mas este John é grande. A propósito: porque é que o Myspace o classifica como Chinese Pop? Hein?

Atenção, isto é bom. Estava aqui a pensar a que é que isto me soa, e finalmente descobri - Jimmie Spheeris. Esta referência é provavelmente demasiado obscura para muita gente, mas de repente fez sentido. As duas primeiras canções do álbum encaixavam directamente em "The Dragon is Dancing", de 1975 (disco finalmente reeditado em CD em 1999, mas que desapareceu totalmente; valha-nos a net). Já agora, uma belíssima capa, a que presto aqui homenagem:


Os absolute killers aqui são "Where dreams go to die", "Tc and honeybear", "I wanna go to Marz", "Sigourney Weaver" (bela letra...), "Caramel", "Leopard and Lamb", "Queen of Denmark"... Espera aí... já lá vai metade do álbum... e também gosto da outra metade... ok, este fica aqui para continuar a ouvir pelo menos mais seis meses. Quanto a vocês não sei. Não empresto.

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