Lou Reed, Kids, Berlin
Prosseguindo, na mesma senda, a história não ficaria completa sem a menção a Lou Reed, já por diversas vezes referido neste canto da net, sobretudo pelo Hélio C., fâ fervoroso. Se John Cale é o génio louco, Lou Reed é o enfant terrible. Assumindo o perfil de rocker duro, sempre em busca do som perfeito para a sua guitarra (numa busca em que tem um parceiro seu contemporâneo, Neil Young), Reed foi sempre crescendo e ganhando estatuto, através de uma gestão inteligente do seu passado, mas não vivendo à sombra dele. Os seus álbuns mais recentes são também dos mais consistentes e criativos wue fez.
Este tema é da recriação ao vivo de "Berlin", álbum mal amado (incompreendido?) quando foi lançado, creio que em 74, e que tem vindo a ganhar peso especifico não só na discografia de LR como na história do rock. O espectáculo na igreja de St. Anns (e que passou por Portugal na mesma noite em que Neil Young se apresentou no Optimus Alive, em 2008), é portentoso e uma clara melhoria relativamente ao original. O tema "kids" não é a escolha mais óbvia, mas selecionei-o por ser um dos temas mais depressivos que conheço, versando sobre a retirada dos filhos à senhora que se porta mal ("the black airforce sargeant was not the first one"), e que acaba com um final lancinante, com o choro das crianças. Desaconselhado para dias primaveris...
Mas o tempo passa… segue-se “The bed”, e, depois de mais uma passagem no tempo, a última música, “Sad Song”. Apesar de nostálgica, é detentora de uma qualidade redentora incrível! Tem o brilho e a magia de uma história passada…
ResponderEliminarLou Reed é um grande compositor e um grande poeta. Não resisto a deixar neste breve comentário o poema “Dime Store Mystery”, do álbum “New York” (um dos melhores de sempre).
A música de “Dime Store Mystery” é verdadeiramente genial. Simultaneamente envolvente, enérgica e inquietante, transmite uma força colossal que cresce impetuosamente, fazendo justiça a um poema igualmente genial e certamente marcado pela morte do amigo Andy Warhol.
Dime Store Mystery
He was lying banged and battered, skewered and bleeding
Talking crippled on the cross
Was his mind reeling and heaving hallucinating
Fleeing what a loss
The things he hadn’t touched or kissed his senses
Slowly stripped away
Not like buddha not like vishnu
Life wouldn’t rise through him again
I find it easy to believe
That he might question his beliefs
The beginning of the last temptation
Dime story mystery
The duality of nature, godly nature,
Human nature splits the soul
Fully human, fully divine and divided
The great immortal soul
Split into pieces, whirling pieces, opposites
Attract
From the front, the side, the back
The mind itself attacks
I know the feeling, I know it from before
Descartes through hegel belief is never sure
Dime store mystery, last temptation
I was sitting drumming thinking thumping pondering
The mysteries of life
Outside the city shrieking screaming whispering
The mysteries of life
There’s a funeral tomorrow
At st. patrick’s the bells will ring for you
Ah, what must you have been thinking
When you realized the time had come for you
I wish I hadn’t thrown away my time
On so much human and so much less divine
The end of the last temptation
The end of a dime store mystery