27 março 2013

Pérolas Ocultas: Dino Valenti



Este é mais um caso de talento esquecido que vem a ser recuperado  nos últimos anos. Como já várias vezes se disse aqui, os anos 60 e 70 foram tão ricos em criação musical que era literalmente impossível destacar todos os bons projetos - muitos caíram nas fendas do olvido (poderosa imagem, hein?). Só nos últimos anos a busca por aspetos menos conhecidos e alguns trabalhos semi-arqueologicos têm permitido desenterrar algumas relíquias, quase semelhantes a artefactos pré-históricos que aparecem à luz do dia e provocam admiração por terem estado ignorados tanto tempo. 

Por favor não relevem a parecença com outro Dino, o "nosso" Dino Meira, o qual é um artefacto que apenas é arqueológico no sentido de que está mais próximo da origem do Homem que do seu futuro.

A Wikipedia explica muito bem quem Dino Valenti é e o que fez, pelo não vou plagiar avulsamente o que está bem: http://en.wikipedia.org/wiki/Chet_Powers

Dino, que foi compositor e vocalista nos Quicksilver Messenger Service, banda de São Francisco que recomendo, lançou um único disco a solo em 1968, precisamente intitulado “Dino Valente” (com “e”, embora também usasse o pseudónimo “Valenti”; o seu nome verdadeiro era Chet Powers). É um disco de singer / songwriter, muitas vezes só voz e guitarra. Mas, como muitas grandes obras (e só “por acaso” estou a lembrar-me de Bob Dylan), é a verdade da intenção e a pungência da interpretação que separa o medíocre do sublime. Também me lembrei de Jeff Buckley… Dino era um compositor medianamente inspirado, mas os seus temas têm um tom confessional e uma intensidade na voz que o tornam cativante. Às vezes a produção abusa do eco e do reverb, mas são pecados d’época…

Morreu precocemente, em 1994. Tem um site (de mau gosto!) onde se pode percorrer a sua carreira e a sua música: http://www.dinovalenti.com/

Pode ser uma descoberta interessante para quem gosta deste género. Outros nomes semelhantes, vindos da grande planície musical americana, são Fred Neil, Jim Croce, Paul Siebel e Tim Buckley. Dois temas, para apreciar.





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