Num registo diferente, acaba de sair o novo álbum do norueguês Ketil Bjornstad (ECM 2300), que promete ser mais uma belíssima obra. Dedicado ao cinema de Antonioni, que KB refere ser uma das suas maiores influencias:
KB é também escritor e poeta; e Antonioni escreveu também (li dele, há muitos anos, "O perigoso fio das coisas", belíssimo livro feito de imagens). Tenho para mim que esta ligação entre as diversas artes é algo de muito europeu. O poeta cultiva uma certa luz, que passa para um filme, que inspira um romance, o qual sugere uma peça de música... Há, assim, contínuo de ideias que é muito europeia - a ideia da arte em si mesma, que não conhece barreiras nas disciplinas e que se prolonga em métodos heteredoxos com uma mesma continuidade semântica.
Quanto a Bjornstad, é um excelentíssimo músico que não necessita de grandes apresentações. O seu trabalho não se confina ao jazz - alías, há pouco de negro americano na sua música, que está mais próxima do clássico. Os seus trabalhos com o guitarrista Terje Rypdal são excecionais (ouça-se, por exemplo, "The Sea" ou o arrepiante "Life in Leipzig").
Avalaindo o que está disponivel no Youtube do novo álbum, temos mais um grande trabalho. Este tema é uma celebração, musica da alegria - bem diferente de algumas paragens mais sombrias (o já mencionado "The Sea", por exemplo).
“At the
same time that I discovered what jazz could be, after listening to Miles Davis’
In A Silent Way, I also saw the films by Godard, Bresson and Antonioni. Perhaps
it was the slow, rhythmic authority in the films by Michelangelo Antonioni that
made me think of music... As long as visual art creates music in our minds, and
music creates pictures and visual expressions with the same intensity, the two
are deeply and profoundly interdependent”.
KB é também escritor e poeta; e Antonioni escreveu também (li dele, há muitos anos, "O perigoso fio das coisas", belíssimo livro feito de imagens). Tenho para mim que esta ligação entre as diversas artes é algo de muito europeu. O poeta cultiva uma certa luz, que passa para um filme, que inspira um romance, o qual sugere uma peça de música... Há, assim, contínuo de ideias que é muito europeia - a ideia da arte em si mesma, que não conhece barreiras nas disciplinas e que se prolonga em métodos heteredoxos com uma mesma continuidade semântica.
Quanto a Bjornstad, é um excelentíssimo músico que não necessita de grandes apresentações. O seu trabalho não se confina ao jazz - alías, há pouco de negro americano na sua música, que está mais próxima do clássico. Os seus trabalhos com o guitarrista Terje Rypdal são excecionais (ouça-se, por exemplo, "The Sea" ou o arrepiante "Life in Leipzig").
Avalaindo o que está disponivel no Youtube do novo álbum, temos mais um grande trabalho. Este tema é uma celebração, musica da alegria - bem diferente de algumas paragens mais sombrias (o já mencionado "The Sea", por exemplo).
Line-up: Ketil
Bjørnstad (Piano), Andy Sheppard (Saxophone ténor),
Anja Lechner (Violoncelle), Eivind Aarset (Guitare), Arild Andersen
(Contrbasse), Marilyn Mazur (Percussions, batterie)
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