1967 - Jacques Brel and a story about childhood - his?
I prefer songs that develop - not the ones that keep repeating the same chorus/ verse scheme. Or, at best, songs that develop emotionally - and this is the case with "Mon Enfance". Brel becomes more and more strong as time passes - as if his first childhood memories were fuzzy and distant, but as times passes and he reaches adolescence he becomes more adventurous and his blood runs faster. And it ends with an time elipse - "and then war came / and here we are tarde". As if nothing else mattered in the meantime and all we could remember now was the flame of youth. Superb.
After the french lyrics you can find a portuguese version, transalted by Eduardo Maia (Assírio e Alvim, 1987). It is not a particularly apt translation, but allows non french speakers to understand the lyrics.
Mon enfance passa
De grisailles en silences
De fausses révérences
En manque de batailles
L´hiver j´étais au ventre
De la grande maison
Qui avait jeté l´ancre
Au nord parmi les joncs
L´été à moitié nu
Mais tout à fait modeste
Je devenais indien
Pourtant déjà certain
Que mes oncles repus
M´avaient volé le Far West
Mon enfance passa
Les femmes aux cuisines
Où je rêvais de Chine
Vieillissaient en repas
Les hommes au fromage
S´enveloppaient de tabac
Flamands taiseux et sages
Et ne me savaient pas
Moi qui toutes les nuits
Agenouillé pour rien
Arpégeais mon chagrin
Au pied du trop grand lit
Je voulais prendre un train
Que je n´ai jamais pris
Mon enfance passa
De servante en servante
Je m´étonnais déjà
Qu´elles ne fussent point plantes
Je m´étonnais encore
De ces ronds de famille
Flânant de mort en mort
Et que le deuil habille
Je m´étonnais surtout
D´être de ce troupeau
Qui m´apprenait à pleurer
Que je connaissais trop
J´avais L´œil du berger
Mais le cœur de l´agneau
Mon enfance éclata
Ce fut l´adolescence
Et le mur du silence
Un matin se brisa
Ce fut la première fleur
Et la première fille
La première gentille
Et la première peur
Je volais je le jure
Je jure que je volais
Mon cœur ouvrait les bras
Je n´étais plus barbare
Et la guerre arriva
Et nous voilà ce soir.
A MINHA INFÂNCIA
A minha infância passou
Entre tédios e silêncios
Entre falsas mesuras
E batalhas que não houve
De Inverno no ventre
Daquela grande casa
Que tinha ancorado
A Norte por entre os juncos
De Verão meio nu
Mas modesto por inteiro
Tornava-me indio
Embora ja convico
De que os meus tios cevados
Me tinham roubado o Far West
A minha infância passou
As mulheres nas cozinhas
Onde eu sonhava com a China
Envelheciam em cozinhados
Os homens ao queijo
Envolviam-se em tabaco
Flamengos calados e ponderados
E não me conheciam
Eu que todas as noites
Ajoelhado para nada
Arpejava o meu desgosto
Aos pés da cama imensa
Queria apanhar um comboio
Que nunca apanhei*
A minha infância passou
De criada em criada
Admirava-me já
Não serem elas plantas
Admiravam-me ainda
Essas rodas de família
Flanando de defunto em defunto
E que o luto cobre
Admirava-me sobretudo
Vir eu de tal rebanho
Que me ensinava a chorar
Que eu conhecia demais
O meu olhar era de pastor
Mas o coração de cordeiro
A minha infância estourou
Chegou a adolescência
E o muro do silêncio
Uma manhã ruiu
Foi a primeira flor
E a primeira namorada
A primeira gentil
E o primeiro medo
Eu até voei eu juro
Eu juro que até voei
O meu coração abria os braços
Era o fim da bárbarie
E a guerra chegou
E eis nos agora aqui
* este verso falta na tradução, certamente por lapso
Sem comentários:
Enviar um comentário