21 março 2020

Toto Blanke - "Electric Circus"


De todas as musicas que emanaram da Alemanha nos anos 70 e que surpreenderam (tardiamente) o mundo dominado (menos antes do que agora) pelo som Inglês e Americano über alles, a de Toto Blanke não é das mais conhecidas. Fazendo parte desse fermento criativo que quebrou as barreiras das linguagens e buscou (quase) sempre novas vias, quando não avenidas, Toto é guitarrista e tocador de banjo e foi membro anteriormente do Association P.C. com o mesmo Jasper Van Hoft que toca orgão neste disco (e que também fez parte dos Pork Pie), grupo mais virado para o jazz rock, começou por lançar a solo Spider's Dance, mais na linha do trabalho anteriormente feito.

Com este segundo a solo de 1976 abraça uma fusão peculiar e bem sucedida entre rock, jazz e eletronica.  Adiciona à guitarra e ao banjo os sintetizadores, sequenciadores, echoplex e na verdade eles sobrepõem-se às cordas, eletricas e acusticas e é deles que emana o encanto da obra. As malhas de fundo que às vezes lembram outros contemporâneos da eletronica (no tema de abertura "Ppg" ou em "Minister Ed" lembra os Tangerine Dream, por exemplo), mas as composições não são digressões instrumentais infinitas, embora haja bons solos.  Pelo contrário, são relativamente curtas (fora dos cânones pop), e estruturadas. Lembra por vezes Eroc (baterista dos Grobschnitt) na forma descomplexada e variada como aborda a composição, embora tenha uma componente jazz muito mais pronunciada. Mas é dificil estabelecer vínculos definitivos e inspirações programadas. As associações que se vão fazendo ao longo da audição são mais um ponto de chegada do que um ponto de partida e molde do tema. No excelente Arabab,  começa com um baixo eletronico no baixo moog e evoluiu para um som funk que não estaria nada deslocado no "Visions of the Emerald Beyond" dos Mahavishnu. Já em Minister ED, o banjo divaga sobre uma bateria autoritária (do Finlandês Edvard Vesala, que assinou alguns albuns para a ECM) e um sequenciador esvoaçante...

Participam com ele além dos já mencionados, o baixista Dave King. As composições são todas de Toto, exceto o tema Flowers All Over de Hof't e a edição é do swirling label, Vertigo.

Um disco curto, com 7 temas, que é relativamente desconhecido e que tem potencial para ser um clássico alemão. Com a vantagem de que ainda não implicar  despender as largas somas de dinheiro de outras primeiras edições da época.



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