Joachim Kühn, compositor e pianista de jazz alemão, em modo jazz rock versão europeia, mas seguindo fundamentalmente o modelo americano, aqui representado através do baterista Gerald Brown, que tocou com Stanley Clarke e com os Return to Forever de Chick Corea.
A fusão invoca não só a junção de vários géneros (normalmente
o jazz contemporâneo e o rock), mas também o estado efervescente que a música
frequentemente invoca e provoca. Esta fusão será o paroxismo do rock, por
oposição ao delírio mais contido e cerebral do jazz. Vem à memória
imediatamente os Vulcan Worlds dos RTF, ou a música em estado de lava cósmico
dos Mahavishnu. Aqui, como na faixa de abertura Lady Amber, procura-se derreter
o ouvinte através da temperatura da música. Já mais à frente, é o meio-tempo
mais melódico e suportado pelos fraseados de piano de Kühn (nunca
desinteressantes nem monótonos), como em Sunshine.
Uma nota para Philip Catherine, guitarrista belga versátil que
colaborou com meio mundo na cena jazz europeia e não só – como provam os discos
com Stéphane Grapelli, Larry Coryell, Chet Baker, Jean-Luc Ponty, Toots
Thielemans, etc. Alguns discos a solo dele parecem-me mais “medianos” (ex. “Transparence”),
parece ser no contexto dos vários ensembles, acústicos ou elétricos, que ele dá
o seu melhor.
Kühn é um excelente pianista e compositor e merecia ser mais
reconhecido. A imprensa musical europeia não tem a pujança da norte-americana,
talvez por isso, mas Kühn, como tantos outros na cena inglesa, francesa, alemã,
nórdica e polaca, pode estar lado a lado com tantos outros do outro lado do
atlântico; e tanto assim é que muitos deles “vieram cá” para tocar com eles, ou
“importaram-nos” para lá.
De mais a mais, tem uma extensa carreira e continua ativo
ainda hoje (ultimamente mais ligado à editora ACT, que é uma das power houses
atual do jazz do norte da Europa)
Alemanha, 1976
Faixas: Lady Amber, Morning, Equal Evil
Ouvido em vinil, edição alemã
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