25 agosto 2024

Joachim Kühn, Springfever

Joachim Kühn, compositor e pianista de jazz alemão, em modo jazz rock versão europeia, mas seguindo fundamentalmente o modelo americano, aqui representado  através do baterista Gerald Brown, que tocou com Stanley Clarke e com os Return to Forever de Chick Corea.

A fusão invoca não só a junção de vários géneros (normalmente o jazz contemporâneo e o rock), mas também o estado efervescente que a música frequentemente invoca e provoca. Esta fusão será o paroxismo do rock, por oposição ao delírio mais contido e cerebral do jazz. Vem à memória imediatamente os Vulcan Worlds dos RTF, ou a música em estado de lava cósmico dos Mahavishnu. Aqui, como na faixa de abertura Lady Amber, procura-se derreter o ouvinte através da temperatura da música. Já mais à frente, é o meio-tempo mais melódico e suportado pelos fraseados de piano de Kühn (nunca desinteressantes nem monótonos), como em Sunshine.

Uma nota para Philip Catherine, guitarrista belga versátil que colaborou com meio mundo na cena jazz europeia e não só – como provam os discos com Stéphane Grapelli, Larry Coryell, Chet Baker, Jean-Luc Ponty, Toots Thielemans, etc. Alguns discos a solo dele parecem-me mais “medianos” (ex. “Transparence”), parece ser no contexto dos vários ensembles, acústicos ou elétricos, que ele dá o seu melhor.

Kühn é um excelente pianista e compositor e merecia ser mais reconhecido. A imprensa musical europeia não tem a pujança da norte-americana, talvez por isso, mas Kühn, como tantos outros na cena inglesa, francesa, alemã, nórdica e polaca, pode estar lado a lado com tantos outros do outro lado do atlântico; e tanto assim é que muitos deles “vieram cá” para tocar com eles, ou “importaram-nos” para lá.

De mais a mais, tem uma extensa carreira e continua ativo ainda hoje (ultimamente mais ligado à editora ACT, que é uma das power houses atual do jazz do norte da Europa)

Alemanha, 1976

Faixas: Lady Amber, Morning, Equal Evil

Ouvido em vinil, edição alemã




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