26 outubro 2010

A Matéria de que se fazem os sonhos

E aqui continuo nesta missão evangelizadora que pratico piedosamente, na esperança de que igualmente me evangelizem.

Não poderia deixar passar mais este dia sem reafirmar o meu ardor intelectual perene perante as obras de Carlos Bica.

Tenho para mim que "Believer" é uma das peças intelectualmente mais excitantes (e não excluo facetas corporais anexas que possam ser titiladas pela mente incandescente), que ouvi nos últimos anos, considerando vários géneros musicais; e asseguro-vos que se contam pelos milhares os exemplares que têm provocadoramente contactado os meus martelos auditivos.

Para os que se queixam (quem são? onde estão?), do meu estilo barroco de escrita, além de dizer que os desprezo profundamente e os ignorarei até que tenham um programa de televisão, apenas acrescento que:
isto é bom. É muito bom. Qualquer português que goste de Amália deve abster-se, obviamente.

E não sou só eu que o digo. Façam uma breve pesquisa e leiam os comentários que se escrevem por aí.

A Clean Feed (portuguesa, sim), tem prestado um serviço público relevantíssimo a editar estas obras, bem as de Júlio Resende, Zé Eduardo, Bernardo Sassetti, Mário Delgado, para citar só alguns dos portugueses. Mas isto não passa no Bom Dia Portugal e Olá, Madragoa e a Quinta das Celebridades Zarolhas. Mesmo sendo uma editora que apenas está em Portugal, mas pertence ao mundo. Enfim, lamentações intelectuais para quê, há desemprego e há défice externo. Espera aí, eles não nos aliviam um pouco do défice externo? Hum, isto anda mesmo tudo ligado, como dizia o Godinho.

Na verdade, o que queria dizer é que Carlos Bica, que creio que ainda reside na Alemanha, tem feito uns excelentes discos de jazz e de jazz-qualquer-coisa que fazem muito mal em não comprar e não consumir sem restrições. Apesar (et pour cause), dos efeitos secundários.

Este, creio que é o último:

São gravações ao vivo, na Culturgest, no Museu do Oriente, na Casa da Música. Tanto quanto consigo identificar, temas revisitados, como o citado "Believer, de Believerm e "Roses for you", de "Azul".

Tudo isto é fado, perdão, jazz, é música que enche a alma. Para quem a tem.

Como dizia o Woody Allen para porem na tumba: "Eu bem vos disse que estava doente!".

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